McCoy Tyner (EUA)
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Maio/2012 - Virada Cultural - São Paulo
Outubro/2013 - Sesc Jazz - São Paulo
O pianista McCoy Tyner ficou famoso como companheiro de John Coltrane em sua
grande viagem sonora, como integrante do mítico quarteto de 1960 a 1965. Tyner
nasceu e cresceu em Filadélfia e estudou piano de maneira sistemática por vários
anos desde muito jovem. No início da carreira, deixou-se influenciar por Bud Powell,
Thelonious Monk e Art Tatum, porém logo desenvolveria um estilo próprio. Ainda
adolescente, em 1959, trabalhou seis meses com o Art Farmer-Benny Golson Jazztet
e em seguida juntou-se a Coltrane.
Estando ainda com Coltrane, começou a gravar discos sob seu próprio nome. É interessante notar que, mesmo após deixar o inesquecível quarteto, a carreira de Tyner não foi um anticlímax, como se poderia suspeitar depois de ter participado de uma aventura sonora de tal magnitude. Ao
contrário, seu prestígio continuou crescendo. Seu estilo se tornou talvez mais
extrovertido, mais desenvolto - devido, possivelmente, ao fato de não estar mais à
sombra de um gigante (ainda que Coltrane jamais negasse a seus colaboradores
plenas condições de se expressar individualmente).
Mas o importante é que a marca registrada de Tyner - o uso magistral dos acordes - permaneceu.
Os acordes de mão esquerda de Tyner estão longe de constituir mero
acompanhamento. Graças a um grande conhecimento das potencialidades acústicas
do piano e a uma concepção harmônica incomparavelmente avançada, Tyner usa os
acordes para conduzir a ação, para estabelecer as linhas mestras. Os acordes são
protagonistas, não coadjuvantes. Outra característica marcante é que, ao contrário de
muitos pianistas, à medida que o desenvolvimento de um improviso se encaminha
para seu clímax, Tyner não começa a congestionar o espaço sonoro com um frenesi
de notas rápidas, sugerindo um extravasamento emocional. Ao contrário, ele começa
a jogar cada vez mais com grandiosas e sofisticadas seqü.ncias de acordes em
ambas as mãos, deixando-os soar plenamente, valorizando suas ressonâncias.
Os solos de Tyner freqüentemente seguem um padrão de desenvolvimento que, ao
contrário do usual, vai do exuberante ao extático (e apenas falsamente es-tático). É
como se Tyner julgasse que a máxima dramaticidade há de ser obtida pela máxima
introspecção, pela máxima concisão.